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sábado, 8 de novembro de 2014

7h12

por hoje
me importava somente
ser sabedor
da língua
que gritasse seu gozo.

Sem muito entendimento 
tradução do que se passa
explicação lógica para essas 
quatro paredes 
decadentes
que nos abriga

agora,
7h12.


ouvir seu grito
saber falá-lo
sentir gemido
eternizá-lo

pela língua

movida pelo intuito de nome desejo 
que fala gozo
canta valsa

baião
...
que te retorce toda

|feito bailarina
NÃO|


              feito quem se entrega
             igual a desarmonia harmônica de uma árvore retorcida.

Escutei uma vez
nesse idioma que habitou primeiro a minha línga

- Ali mora Deus
na beleza de uma árvore retorcida.


você vai e desconfia
- O Tal não existe.

Como não em teu corpo-mulher?
Dançando
contorcendo
sendo
CORPO-MULHER
este seu
aparato de carne e sangue
MARAVILHOSO
que agora eu
pela linguagem
tento alcançar.


como não, eu me pergunto agora, afundado neste silêncio orquestrado pelo seu sono.

Canto seu gozo mulher
numa língua trêmula
meio sem modos
sem jeito
que tenta alcançar a nota
dessa música que te faz dançar
plena
CORPO-DEUS.


CORPO PRESENTE
vivo
nessa cerimônia
que hoje
nessa língua gozo
quisemos celebrar.

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