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domingo, 2 de agosto de 2009

Terceira parte

(Chegou agora? Leia de cima pra baixo, caso se interesse pelo que está acontecendo por aqui!)
***
A porta do quarto estava entreaberta. Tomei cuidado para abri-la sem que ela fizesse o habitual rangido que me denunciaria. Se bem que, a esta altura, pouco me importava com a hipótese do Pedro me pegar aqui. Melhor que ele viesse atrás de mim e aí sim a festa ficaria completa: Nós três reunidos no cômodo onde os pombinhos deviam dar sonoras gargalhadas com piadas sobre mim, depois de desfrutarem dos prazeres sexuais. Por um instante imaginei Vitória elogiando o desempenho dele e, em seguida, caçoando do meu, comparando-o negativamente. Será que eu pelo menos na cama a satisfazia ? Que tolice! Mesquinharia de ultima hora. Reflexão tardia. Ela já não era minha, mas dele. E fui eu quem a entreguei de bandeja para o tal Pedro. Meu único e melhor amigo que vinha de lugar nenhum, atrás de coisa alguma.
-- Ela não está aqui, Tiago! - quase tive um ataque do coração quando percebi a presença dele atrás de mim, no pequeno corredor.
De fato: Os pensamentos pareciam ter me cegado. Abri a porta, liguei a luz do cômodo e contemplei, mas não tinha dado por mim até o momento que o Pedro apareceu.
-- Onde ela está?
-- Na casa dos pais dela, caso tenha sorte.
A cama estava feita e o quarto surpreendentemente arrumado. Com certeza ela quem havia colocado ordem nas coisas. Não! Não era o momento de ficar maquinando histórinhas. Ele ainda não havia me dito onde ela estava com certeza.
-- Caso tenha sorte?
-- Me parece que o pai dela não a queria nunca mais sob o teto dele.
-- E por que ela não está aqui?
-- Porque aqui não é mais o lugar dela. Aliás: nunca foi.
Pedro me entregou outra taça de vinho transbordando. O cheiro quase me fez vomitar. Meus músculos formigavam e eu tremia por dentro.
-- Fala logo, cacete! Ela estava vivendo aqui, com você!
-- Estava. A mandei embora. Aqui não é lugar pra ela. Não ao meu lado.
-- Filho de uma puta!
-- O que há, Tiago? - Pedro perguntou, me encarando. -- Eis aí uma realização de um sonho, não? Ela não tá mais comigo! Do jeito que você tanto desejou.
-- Desejei o escambau.
Ele riu-se.
-- O escambau! - a gargalhada dele adquiriu um ar irônico, como sempre. -- Fala que não, Tiago! Fala! Me diz que eu estou enganado, mas me convença. Do contrário terei a certeza de que você não passa de um ressentido.
Não consegui falar. A voz me traía, junto com o corpo que se imobilizara, não permitindo que eu sacasse a arma e fizesse o filho da mãe engolir palavra por palavra; silêncio.
-- Não disse, Tiago? Pronto, eis aí o caminho livre. Não pense que eu ficarei doído. Não tenho o intuito de prestar solidariedade a ninguém. Não estou querendo lhe dar um prêmio de consolação. Não é do meu feitio.
Pedro tomou um gole do seu vinho. E eu não sabia o que fazer para me livrar daquela situação estática, sem voz, sem vontade, mas ainda sim capaz de odiar ainda mais aquele miserável que mantinha o tom de voz calmo, ao mesmo tempo que irônico, para falar comigo.

4 comentários:

Anônimo disse...

adoro pegar historia do meio xD
como eu num sei oke aconteceu antes... eu acho que o tal de tiago tem chifre e que esse pedro eh um tremendo filho de uma puta u.u
e que a menina eh uma vacona!

hehehhee


http://blogdatolinha.blogspot.com/

Ana Carola disse...

4º parte
4º parte
4º parte

!!!

Anônimo disse...

Ahhhhhhhh, cheguei atrasada mas já me atualizei. Que suspense. ^^

Posta a 4ª logo!

Beijos, mineirinhoooo!

Anônimo disse...

Olá Raysner, confesso que não consegui ler tudo ainda... mas continuarei acompanhando as histórias e prometo que lerei todas! Apareci só pra dar o ar da graça! Obrigado pela visita!
Abraços!